Ei, Gente! :) Quem gosta de ler autores nacionais? Sempre bom conhecer e apoiar a literatura nacional. Então, para o post de hoje, eu trouxe uma entrevista com a minha quase xará: Anna Carolina Ribeiro, que lançou recentemente o livro “Lua em Escorpião“. Vamos lá? ♥

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1. Uma curiosidade sobre o livro “Lua em escorpião” que quase ninguém sabe? R: Lua em Escorpião é um livro bem pessoal, fala muito sobre o mundo a partir do que eu sinto. O título de um dos poemas (Amor Fati) está inclusive gravado em mim em uma tatuagem. É em latim e significa “amor ao destino” e é também o nome de uma das minhas músicas favoritas de um grupo de hip-hop coreano chamado “Epik High”. Parte do poema é inspirado na letra dessa música, que é baseada no conceito
filosófico de Nietzsche. Tanto Nietzsche quanto Epik High e eu falamos sobre como amor fati é uma aceitação do passado e das possibilidades do futuro como eles são, para que a partir disso, a gente tenha autonomia sobre a nossa própria vida e o nosso próprio destino. Acho que esse é um dos poucos fatos que nunca falei sobre o livro.
2. Por que o leitor deve ler? R: O subtítulo do livro é “versos sobre desejos profundos” e os poemas são sobre muitos tipos de desejos diferentes: amorosos, coletivos, individuais, existenciais. E todo mundo pode se identificar com um deles, alguns ou todos esses desejos. São coisas muito profundamente humanas, que em algum momento passam pela cabeça de todo mundo. Então, talvez a pessoa que lê vai identificar a si mesma e se sentir menos sozinha, ou vai entender que muita gente passa pelas mesmas emoções, então tá tudo bem passar por essas questões! Acho que “Lua em Escorpião” pode conversar com todo mundo em algum momento, mas principalmente com quem se sente de alguma forma limitada e em busca de se expandir.
3. A parte doce e não doce assim de ser escritora no Brasil? R: A parte doce é poder criar algo único e particular de quem nasceu e criou aqui. A literatura e a arte são universais, mas tem universos mais próximos de nós. Como leitora, gosto muito de me ver nos mundos e palavras de quem está próximo de mim, então é muito bom, como escritora, poder oferecer essa mesma experiência a quem me lê. E o Brasil é um país tão rico e tem tanto a oferecer! A parte não tão doce é que a cultura está sendo ainda menos valorizada nos últimos tempos por quem tem condições de ampliar o acesso das pessoas a ela. Em um mundo em que a arte é mercadoria, a escrita tem sido subvalorizada e a leitura tem se tornado cada vez menos acessível e elitizada e isso acaba sendo bem amargo para quem precisa sobreviver da venda de livros e não se encaixa nesses padrões. Acabei de chegar no universo literário de publicações e me considero escritora recente. mas não é difícil perceber que não é uma carreira fácil.

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4. De onde surgiu a ideia do título? Falando nisso, como foi o processo de escrita? R: Escrevi os poemas como parte de um exercício de retomada do meu contato com a poesia, porque eu vinha escrevendo, mas a última vez em que tinha me dedicado tinha sido na minha adolescência. Me programei a escrever um poema por semana durante o ano de 2020, sem nem sonhar com o pesadelo da pandemia que acabou me dando ainda mais tempo para escrever durante o ano. Para organizar essa minha retomada e também para direcionar o que eu já vinha escrevendo para algum modo de publicação, fiz uma mentoria de escrita com a Fernanda Rodrigues no fim do ano passado, e quando ela viu alguns dos poemas que eu tinha escrito nesse processo, me disse que tinha ali material para um livro. Fiquei bem surpresa, mas me empolguei e comecei a selecionar o que poderia ir para o livro, editei alguns poemas, ordenei para que houvesse uma linha guiando a leitura e assim surgiu Lua em Escorpião! O livro ganhou esse nome porque notei que a maioria dos poemas selecionados para compor a obra eram sobre minhas emoções e desejos. Segundo a astrologia, as minhas emoções são guiadas pelo signo de escorpião, que é um signo cheio de desejos bem profundos. Daí surgiu o título e também o subtítulo. Mas não necessariamente os poemas precisam ser lidos por esse viés astrológico. Emoções são emoções para todo mundo, mesmo para quem não acredite que os planetas registram os padrões delas.
5. Escritores e/ou livros que influenciam no seu dia a dia como escritora? R: Nossa, tanta gente! Tenho certeza que vou ser injusta e esquecer algumas pessoas aqui, mas vou falar dos principais que me influenciam na poesia neste momento: Manoel de Barros, Mário Quintana, Drummond, Neruda Rupi Kaur, Ryane Leão, Jarid Arraes. Também tem pessoas mais próximas que vem produzindo bastante na internet: Roque Marciano, Larissa Fonseca e também Lucila Neves e Leidiane Holmedal, que são minhas amigas e a Fernanda Rodrigues, que brinco que é a mãe da House of Rodrigues, de onde saem muitas escritoras fantásticas!

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Pergunta Bônus: Se tivesse um incêndio na sua biblioteca, qual livro salvaria? R: Eu salvaria “Jung e o Tarô“, que é um dos livros que estou lendo no momento e quero muito terminar de ler! Ele é um livro cheio de insights que fazem a gente mergulhar dentro da gente e voltar renovados para superfície. Quando a gente submerge desta leitura, a gente sai com outro olhar para o mundo e para vida, e eu estou amando cada página. Ele demanda muito tempo, tanto que estou nessa leitura desde março, porque
a cada parágrafo tem uma reflexão. Não dá para ler sem parar para olhar o teto e repensar a vida inteira várias vezes! E não tem fogo que me impeça de chegar ao final da jornada dessa leitura! ♥
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Como não amar essa entrevista? Desde o dia em que a Fê Rodrigues, que a Anna cita na entrevista, falou do lançamento… Eu fiquei apaixonada pelo título. Nunca fui muito de ler poesia, mas esse curso de escrita está me ajudando muito a explorar esse universo. :)
Todo sucesso do mundo, Anna. Quero ler em breve! E obrigada por ter topado responder. Aliás, o livro está esgotado no site da Editora Penalux. Porém, a protagonista do post do dia, ainda tem uns exemplares. Ficou curiosa? Só entrar em contato com ela pelo Insta (@annacaribee). ♥
Beijos, Carol.
Post Antigo: PJ Entrevista – Fernanda Rodrigues
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Carol, mais uma vez agradeço pelo espaço e também pelo carinho com que você me apresentou aos seus leitores!
Depois que a Fê abriu a porta pra poesia, fica mais fácil amar essa forma de escrita. Espero que a poesia ainda te surpreenda muito e quem sabe você se surpreenda com esse livro?
Beijo!
Entrevista muito bem conduzida que muito gostei de ler.
Acredito que seja um livro com uma narrativa fascinante.
Oi Carol,
Não conhecia a autora, mas amo conhecer mais da nossa literatura, pode trazer mais entrevistas sempre! Desejo muito sucesso a Anna e mesmo não sendo uma das maiores consumidoras de poesia, vou conferir o trabalho dela no instagram!
beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Incrível essa entrevista. Como é bom valorizar autores nacionais!
Boa semana!
O blog está em Hiatus de Inverno entre 02 de agosto e 02 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período.
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Anna: Obrigada por ter topado. Todo sucesso do mundo para você. Espero ler em breve! E, sim, a poesia ganhou um espaço bem especial depois das aulas da Fer. ♥
Rykardo: Que bom que gostou. Tô doida para ler! :)
Alessandra: Confere sim, Alê. Sempre bom conhecer escritores brasileiros! ♥
Emerson: Que bom que gostou. Viva a leitura nacional! :)