Ei, Gente! :)
Depois de alguns dias sem conseguir atualizar o blog, voltamos à programação normal. E para começar, a entrevista especial de março (Mês do Dia Internacional da Mulher) com mais uma autora brasileira. Dessa vez, entrevistei a Neusa Azevedo, professora e o nome principal atrás do livro de poesias “Ave Mãe / Segredos nossos“.
Vive em Minas Gerais, tem contos publicados em antologias, ela falou um pouco sobre a sua jornada, sua nova obra e a literatura nacional. Vamos lá? Boa leitura! ♥
1. Antes de mais nada, conte um pouco sobre a sua história com a literatura nacional. :)
R: Minha forma de estar com a literatura nacional é lê-la, amá-la, e buscar dentro dela um sentido cada vez maior. Tenho a impressão de que me motivo pelas páginas literárias demais mesmo, “demais da conta” como diria o mineiro. A poesia que me fascina, dentre muitas, é a de Drummond com seu realismo, sua temática da desigualdade. Onde minha poesia fica nessa literalidade não sei, mas Carlos Drummond entrou com minha caneta a desenhar meus papéis. Sonho com Vinicius desde criança e que meu amor por ele é eterno e sempre dura é uma verdade. Manoel Bandeira me escolheu, sem saber, para recitar constantemente “Vou me Embora pra Pasárgada”, poema de um universo sem fim, de um lugar sem fim, perfeito até arder os olhos, prestes a olhar a perfeição. Esses são alguns poetas que escolho, mas tenho outras escolhas para citar em outro momento. De prosa tenho três escritores que me tocam profundamente: Machado de Assis com sua ironia refinada e profundidade sem limites; Guimarães Rosa com sua inventividade e paixão pela literatura porque ele colocava a alma na ponta da caneta. Clarice Lispector que adivinha meu íntimo e me descreve com a beleza de uma mulher que sabe escrever o futuro dentro do presente.
2. Nesse 4º livro, o que o público pode esperar do conteúdo? E o que te fez escrever os poemas?
R: Os poemas que escrevo me são impulsionados, eles brotam de uma vez, são um modo de nascer no íntimo e pular para as páginas do computador. “Ave Mãe” eu os escrevi deste modo e também no luto de minha mãe. Assim eu ia estendendo a falta e vendo dentro dos escritos que eu poderia me libertar da dor e da angústia. “Segredos Nossos” é um caminho de busca, de amor, de amizade, de paixão, do erro e do acerto.
3. Tem vontade de escrever outro gênero? Por quê?
R: Tenho alguns contos publicados pela Litteris Editora e outros contos engavetados. Estou no momento escrevendo um romance, tenho vontade de seguir por esses gêneros porque pode-se assim abranger mais a narrativa, o poema é muito delicioso de escrever, mas, é muito sintético, penso em dar mais voltas nas letras.
4. Para quem deseja ler mais nacional, além das suas publicações, se pudesse indicar três títulos, quais seriam?
R: “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (de Machado de Assis), “Grande Sertão Veredas” (de Guimarães Rosa) e “Felicidade Clandestina” (de Clarice Lispector).
5. O que difere a literatura nacional de outros lugares?
R: A literatura nacional está cheia de características como cotidiano, amor, metrópole, violência, entrega, segredos e mistérios. Digo que estas características também revestem a literatura universal. Há muito de simples na literatura internacional, assim como na nacional. As literaturas nacionais e internacionais se oferecem para serem lidas, interpretadas e compreendidas. Assim elas se encontram.
***
É isso, pessoal. :) Muito obrigada, Neusa, pela entrevista! Ansiosa para embarcar nas suas poesias (até o final do mês vai rolar resenha por aqui).
E assim como ela disse, ambas as literaturas são importantes e se complementam. E vou acrescentar: se for uma alternativa, leia a nacional também. No bate-papo, a autora falou mais dos clássicos, porém, se quiser outras opções… Aqui no PJ é um prato cheio de dicas de livros nacionais!
Quer saber mais sobre a autora, suas obras e afins? O Instagram dela é @autora.neusa.azevedo e para comprar seu novo livro, só clicar aqui. Ele é tipo dois em um. Quando acaba um, virando você já pode embarcar no outro. No mais, podem opinar à vontade! ♥
Beijos, Carol.
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