08.05.2015
Por Teca Machado
Todas as vezes que eu preciso tirar uma foto 3×4 minhas entranhas
reviram. Semana passada tirei uma e, argh, não ficou grandes coisas. Eu tenho
trauma dessas pequenas imagens que nos transformam em monstros tortos e vesgos.
Eu sei, são raríssimas no mundo as pessoas que conseguem sair bem nas ditas
cujas, mas eu tenho o talento de sair terrível. E isso não é um exagero de uma
Drama Queen, é a mais pura verdade. Tenho até uma história muito triste para
exemplificar essa informação.
Quando eu estava no auge dos meus 11 anos, toda serelepe, de aparelho
nos dentes, magrela, com os pés já tamanho 38 e me achando gatinha, precisei
tirar uma 3×4 para colocar na ficha do colégio no início do ano letivo. Ok,
tudo bem, vamos lá.
Primeiro foi a minha irmã. Linda, loira, sorridente, CLICK. Minha vez,
me ajeitei na cabine, sorri e CLICK, pronto. Como na época ainda não tinha
máquina digital, não dava para a gente ver como tinha ficado a foto e nem fazer
várias tentativas até uma que ficasse “menos pior”.
Quando voltamos para buscar, minha irmã pegou a 3×4 dela. Ficou ótima.
Na hora que eu peguei a minha a pergunta que me veio à mente foi “Caramba, será
que eu sou feia assim todos os dias?” e em seguida comecei a chorar. Chamar
aquela foto de feia é uma gentileza.
Eu fiquei torta. Até hoje não sei o que aconteceu naquela foto. A
minha esperança é que no momento que foram revelar tenha caído algum produto
químico que desfigurou a imagem. Eu consegui ficar com as narinas abertas, um
olho esbugalhado e o outro quase fechado, queixo protuberante, um meio sorriso
dos mais sinistros e orelha de abano, que eu não tenho!
Enquanto eu chorava inconsolavelmente, a minha irmã tinha uma crise de
riso gigante
e a minha mãe não sabia se ria também ou se me acudia. A foto
ficou tão feia, mas tão feia, que a funcionária da loja ficou com dó de mim e
ofereceu outra fotografia de graça. Não sei se fiquei ofendida ou aliviada.
Tirei outra 3×4, com cara de choro, óbvio, e quando a funcionária ia
jogar fora as minhas monstrengas, minha irmã pediu uma para guardar de
recordação. Rindo muito, a mulher entregou uma cópia para ela, mesmo que eu
tenha ficado indignada.
Minha irmã QUERIDA guardou a foto (Escondeu de mim, claro, senão eu
pegaria e tacaria fogo) e passou anos e anos mostrando para todos os meus
amigos que iam lá em casa, inclusive os meninos por quem eu estava
apaixonadinha. Até que um dia a tal da 3×4 do horror sumiu, desapareceu. Minha
irmã me acusa até hoje de ter pegado a foto, mas juro que não fui eu. Bom, não
vou reclamar, né?
Apesar da foto não existir mais, essa história ainda está bem
fresquinha na memória da minha irmã, que faz questão de contar para todas as
pessoas que eu conheço. Juro que não ligo, rio muito do caso hoje, mas o trauma
de tirar 3×4 perdurará para sempre.
Enquanto isso, minha sobrinha mais nova é a rainha das 3×4. Apresento
a vocês a melhor 3×4 da face da Terra:
Costumo dizer que a legenda da foto é 
“Soltei pum, fedeu, mas ninguém sabe que fui eu”.
;-)
***
Riu do meu drama? Esse texto faz parte do Projeto Drama Queen, uma
parceria entre os blogs Casos, Acasos e Livros e Pequena Jornalista. Toda
quinta-feira temos um texto novo sobre dramas da vida com muito exagero e bom
humor (Mas o de hoje não teve exagero, juro). Se você quiser contar a sua
história e fazer uma participação especial, mande um e-mail para a gente: projetodramaqueen@gmail.com.
Teca Machado. 
Autora do romance chick lit I Love New York, Teca Machado é uma devoradora de livros e filmes desde 1988 (Ok, mentira, desde 1994, quando aprendeu a ler). Alguém que compra livros pela capa, chora até com propaganda de margarina, é apaixonada por trailers, tem gostos mais adolescentes do que meninas de 14 anos, sonha com dinossauros e com o Bon Jovi, dá risada de si mesma, canta alto e dança no carro e pretende ser autora de Best Sellers. ;-)  * Dona do Blog Casos Acasos & Livros
carol

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