08.08.2017

Ei, Gente! Em primeiro lugar, mil desculpas pelo sumiço em pleno Beda. Mas estou de volta e prometo recompensar esses dois dias, ok? ;-) E chega de conversa, que hoje eu trouxe uma entrevista bem bacana com o Raph Paiva, um artista de mão cheia. Quem me conhece, sabe que eu prefiro ilustrações, pinturas e tal mais fofinhas, mas o estilo dele me chamou atenção por algum motivo e eu tive que entrevistá-lo, né?  Nessa conversa (via WhatsApp), ele me contou as suas influências, curiosidades, dicas e até a história de uma das telas mais recentes. Acho que pode ser um incentivo para quem deseja entrar nesse meio. Bom post e espero que ajude de alguma forma!

17553761_1304742219573700_431939405825646612_nPJ Entrevista: Raph Paiva! 

1. Quando você reparou que tinha esse dom de pintar?
R: Desde pequeno, eu já gostava de desenhar e pintar. A minha avó é artista plástica, trabalhava com artesanato. artes plásticas e sempre desenhou também. Enquanto meus pais trabalhavam, eu ficava com ela e acabava observando. Além disso, eu assistia na TV aqueles desenhos japoneses, tipo Cavalheiros do Zodíaco. Mas eu comecei a perceber que eu tinha uma certa vocação mesmo para as artes plásticas depois que entrei para faculdade. Em 2009, eu fiz um curso com o Renato Alarcão, chamado de Diário Gráfico. Em 2012, morei fora e acabei tendo um contato um pouco maior, pois os materiais eram mais acessíveis. Daí, a pintura acabou se tornando uma distração para mim e esse hobby foi ficando mais sério.  Em 2013, pintei a minha primeira tela e consegui descobrir mais o meu estilo, que são esses rostos distorcidos. Enfim, entrei de cabeça nesse meio e achei uma forma de expressão, com um ar mais profissional.

2. Suas inspirações e influências?
R: As minhas inspirações acontecem muito por acaso. Às vezes estou escutando uma música, vendo um filme, referências na internet ou algum livro de pintura. E, de repente, eu tenho um estalo e vem uma ideia na minha cabeça. Mas eu guardo em um banco de dados da minha memória e, em algum momento, eu coloco aquilo para fora. As minhas influências são: Picasso, Basquiat e Jackson Pollock. É o trio que comanda a minha cabeça, são os caras que me fazem pensar total na pintura. Eu tento misturar o estilo dos três com um pouco do meu sentimento! Então, as coisas acabam saindo. Também gosto muito do Rodrigo Branco, Rodrigo Tizil Lima, Gais Ama, entre outros. Outra influência, que descobri por acaso, é a minha infância. Inclusive, uma das telas que pintei é uma das máscaras de bate bola e que lembram uma fantasia que a minha avó fez para mim quando eu era criança. Obviamente a pintura da tela está bem mais agressiva, mas era uma lembrança que estava guardada dentro de mim.

IMG_3524Obra que lembra a máscara do bate bola

3. Alguma mania peculiar como pintor?
R: Algumas. Por exemplo, quando eu sei que vou começar a pintar, eu coloco o som bem alto em casa. O processo, no meu caso, é um pouco agoniante. Eu me sinto muito agoniado, fico andando de um lado para o outro. Ligo tudo ao mesmo tempo. Falo, como, bebo, enfim… Faço várias coisas, tudo ao mesmo tempo. E eu fico meio perturbado. Então, a música me acalma e fica tocando até eu achar que finalizei a tela. Entretanto, às vezes só consigo finalizar a arte meses depois, outras eu tenho que olhar bastante a pintura para saber se acabei ou não.

4. Qual é a maior dificuldade e o que é mais prazeroso nesse meio?
R: A maior dificuldade é você conseguir se sustentar. Ainda não consigo viver só de arte! Com o meu trabalho atual, eu acabo tendo uma base para treinar minha pintura e um dia tentar viver só dela. É difícil conseguir entrar no mundo das galerias, ser respeitado nesse meio. Não adianta você ser só bom, tem que dar uma sorte de alguém olhar o seu trabalho e levá-lo para alguma exposição. O mais prazeroso é quando eu encontro com alguém que viu o meu trabalho em algum lugar. É muito legal ver pessoas que você nunca viu na vida, indo no seu stand, ver a sua arte. Gostar, se interessar, querer perguntar o motivo dela. Enfim, você tocar as pessoas de uma outra forma com esse trabalho. Isso não tem preço!

5. Tem alguma arte que seja especial? 
R: Tem sim. Uma das últimas que eu pintei: Agora Jordana, que é aventura de um transexual. Eu vi um caso de um travesti chamado Dandara dos Santos que apanhava e era espancada. Com isso, ela acabou falecendo. Essa história mexeu muito comigo! Misturei uma técnica mista sobre papel e foi bem pesado esse trabalho. Joguei tanta energia, que acabei ficando um tempo sem pintar. Essa arte também tem um cunho social, de cada um saber das suas escolhas. Colocar em prática o que gosta de fazer e o que gosta de ser.Enfim, é uma tela especial, que nem sei se vou querer vender na próxima exposição.

Agora JordanaObra Agora Jordana! 

6. Tem algum livro que indica para quem gosta e/ou queira entrar para esse mundo? 
R: Os livros que eu indico são todos de sketchbook, street art e história da arte. Em especial, da Adriana Varejão, com pinturas dela.

7. Conselhos para quem está começando?
R: Fazer bastante curso, procurar bastante evento e feira (que tenham outros artistas). Também buscar por coletivos, que estão aí para ajudar mesmo. Resumindo: estar envolvido nesse meio! Participar de workshops e também divulgar seu trabalho nas redes sociais. Mas o principal é estudar bastante. E caso você seja autodidata e criativo, o conselho é aprender um pouco mais sobre a técnica. Aliás, essa técnica também pode ser desenvolvida por você e até mesmo fazer uma patente. Por exemplo, Jackson Pollock. Ele pintava com pincel sem encostar na tela e fez obras maravilhosas!

17629844_1304745089573413_4652799558575200366_nCrédito das imagens: Raph Paiva! :) 

***

É isso, gente. Muito obrigada, Rapha. Todo sucesso do mundo e que você continue se expressando através dessas artes incríveis! Quem quiser conhecer mais o trabalho dele, é só seguir lá no Insta: @_raphpaiva_ ;). Vale a pena!

E podem opinar à vontade!! ^^

Beijos, Carol.

Para ler: Entrevista Gais Ama

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carol

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