13.04.2015
Na última terça-feira, dia 7, foi comemorado o Dia do Jornalista. Como eu e
Carol dividimos a mesma profissão, resolvemos que hoje o post do Projeto Drama
Queen seria sobre esse tema, para contar experiências mais esquisitas na área.
Não sei se vocês sabem, mas ser jornalista é um drama sem fim.
Somos mal pagos, explorados, trabalhamos iguais condenados, com hora
para entrar, mas sem hora para sair e ainda temos que escutar dos outros frases
como “Para que fazer faculdade se é só sentar lá e escrever?”. Mas tem lá suas
vantagens. Podemos falar mal da profissão, mas ela é tudo menos monótona,
nenhum dia é igual ao outro, principalmente se você trabalha numa redação.
Vamos ver meus dramas?
***
Quem me conhece ao vivo sabe o quanto eu sou desastrada e vivo caindo.
É claro que eu não ia estar a salvo dos meus tombos e vergonhas só por estar no
trabalho.
Certa vez, fazendo uma pauta andando na rua com um entrevistado,
estava sem olhar para frente porque escrevia no bloquinho enquanto caminhava. O
que eu não vi e ninguém me avisou foi que logo a frente do meu caminho havia
uma placa de Pare. Distraída com as perguntas e respostas, meti a cara na
placa. A força foi tão grande que o impacto me fez cair sentada na calçada. O
entrevistado e o meu fotógrafo continuaram andando sem notar. Só pararam quando
eu, ao perceber o ridículo daquela situação toda, comecei a rir sozinha
estatelada na calçada. Fiquei horas com uma marca vermelha na testa.
***
Nas minhas andanças como repórter de revista e site já fui em pautas
no Rio de Janeiro – que chaaaaaato -, mas também fui parar diversas vezes no
meio do mato. Nem tudo são flores.
Numa dessas, num distrito de uma cidade minúscula do interior de Mato
Grosso, meu Estado, precisava procurar a irmã do Marechal Cândido Rondon.
Descobri onde a senhora morava e fui atrás. Era num sítio com porteira. Eu e a
fotógrafa chegamos lá, batemos palmas, gritamos e nada de alguém aparecer.
Resolvemos entrar, já que a porteira estava aberta. Quando estávamos na metade
do caminho até a casa, três gansos apareceram e foram chegando cada vez mais
perto. Não gostei daquilo, eles estavam me encarando! A gente ficou meio sem
reação, no melhor estilo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Até
que realmente eles começaram a correr querendo nos pegar grasnando loucamente.
Nós duas começamos a correr e gritar em direção à casa, eu até perdi o
sapato que ficou grudado num cocô de cavalo – ARGH! Quando chegamos à
construção, a senhora que eu procurava estava lá rindo, disse que usava os
gansos como uma espécie de campainha. Recuperamos o meu sapato, fizemos a
entrevista, mas eu fiquei totalmente traumatizada com gansos.
***
Certa tarde, cheguei toda linda, de salto alto e serelepe na redação.
Mal sabia eu o que me esperava. Meu editor me mandou para uma pauta externa.
Até aí tudo bem. Só que a pauta era na beira do rio. Chegando lá, andei na
margem já com os pés afundando no barro, tentando ao máximo não “atolar”.
Pensei que ia ficar só nisso, mas não, me enfiaram num barquinho – TODO FURADO
– para ir até uma ilhazinha ali no meio do rio porque a foto ficaria melhor. A
água que entrava pelos buracos começou a molhar ainda mais as minha sandália,
inclusive a minha calça jeans.
No fim da pauta estava já toda suja, cheia de barro e de poeira, do
tornozelo para baixo molhada, mas, pelo menos, as fotos ficaram lindas e a
matéria ficou legal. A experiência me fez aprender a deixar uma sapatilha no
carro, para os casos em que eu precisasse andar perto do rio de novo.
***
Ser jornalista é amar e odiar o que se faz. É ter dias em que se pensa
“Eu odeio essa porcaria de profissão! Por que eu não fiz direito ou medicina?”,
mas cinco minutos depois entrevistar alguém que faz a diferença no mundo e
pensar “Ainda bem que eu posso transmitir para as pessoas a notícia de que nem
tudo está perdido nesse planeta”.
O Projeto Drama Queen é uma
parceria entre o blog Casos, Acasos e Livros e o Pequena Jornalista. Com muito
bom humor, muito exagero e muitas risadas, escrevemos sobre o drama que é ser
dramático nesse mundo cheio de dramas. Quer mandar um texto para participar?
Envie um e-mail para projetodramaqueen@gmail.com.
Teca Machado. 
** 
Autora do romance chick lit I Love New York, Teca Machado é uma devoradora de livros e filmes desde 1988 (Ok, mentira, desde 1994, quando aprendeu a ler). Alguém que compra livros pela capa, chora até com propaganda de margarina, é apaixonada por trailers, tem gostos mais adolescentes do que meninas de 14 anos, sonha com dinossauros e com o Bon Jovi, dá risada de si mesma, canta alto e dança no carro e pretende ser autora de Best Sellers. ;-)  * Dona do Blog Casos Acasos & Livros
P.S: Oi, gente! Carol invadindo o post da Teca. Só para dizer que geralmente o post do Projeto Drama Queen entra toda quinta-feira, mas não consegui postar semana passada. Mas acho que não tem problema começar a semana rindo muito com essas histórias da Teca, né? ;-) Beijo, beijo!
carol

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